Para atender esta demanda os investidores começam a entender que ferramentas de gestão do projeto/obras e práticas de sustentabilidade são a garantia para o sucesso do empreendimento a curto prazo, gerando economia financeira e principalmente dos recursos naturais como água e energia em um ciclo contínuo.
O PIB (Produto Interno Bruto) de acordo com site (R7 - AGÊNCIA BRASIL) , representa a soma das riquezas geradas pelo conjunto dos mais diversos setores no país. Ele mede a diferença entre o custo de se produzir e o que se obtém como fruto dessa produção, o chamado valor agregado. O indicador é composto por itens como consumo das famílias e despesas do governo, informações sobre as exportações e importações, além dos investimentos (formação fixa de capital bruto).
Os números revelados pelo PIB têm impacto direto na população, pois são indicadores determinantes da qualidade de vida, segundo a economista Beatriz David, professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
De acordo com a Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior o setor de construção civil, que engloba edificações e construção pesada, responde por cerca de 10,3% do PIB nacional.
A etiqueta verde é representada por 03 (três) certificações aqui no Brasil: LEED, AQUA E SUSTENTAX.
Todas permitem a avaliação das edificações através de conceitos e critérios de Ecoconstrução e Ecogestão.
A necessidade da aplicação destas ferramentas aliada a tecnologia cresce a cada ano com a exigência da clientela corporativa (empreendedores e compradores).
Entende-se hoje que a etiqueta verde não surgiu como um agregado comercial mas um real comprometimento que os profissionais da área civil precisão estabelecer para garantir o menor impacto que a verticalização das cidades geram e contribuir com a redução do consumo desordenado dos recursos naturais.
No Brasil a etiqueta verde surgiu há apenas 04 (quatro) anos e apenas construtoras de grande porte e alguns profissionais do meio civil mais renomados começam a inserir em seus empreendimentos os conceitos, práticas e técnicas construtivas sustentáveis.
Lentamente vemos algumas divulgações em feiras e congressos que começam a disseminar a importância da implantação da etiqueta verde na construção civil.
Temos algumas legislações correlacionadas que atuam sobre as aprovações dos empreendimentos nos órgãos públicos, com o intuito de gerenciar, controlar e minimizar o impacto que a construção civil gera, mas nenhuma ainda tão especifica que exija a utilização dos conceitos básicos que regem o certificado LEED.
Em 2008 a prefeitura de São Paulo criou o dimensionamento de sistemas de aquecimento solar à luz com o Decreto nº 49.148, de 21 de janeiro de 2008 que Regulamenta a Lei n° 14.459, de 3 de julho de 2007, que acrescenta o item 9.3.5 à Seção 9.3 - Instalações Prediais do Anexo I da Lei nº 11.228, de 25 de junho de 1992 (Código de Obras e Edi!cações) e dispõe sobre a instalação de sistema de aquecimento de água por energia solar nas novas edificações.
“É obrigatória a instalação do SAS (Sistema de Aquecimento Solar) nas novas edificações do Município de São Paulo destinadas às categorias de uso residencial e não-residencial.”
De acordo com o guia de parametrização solar de São Paulo, criado por várias instituições trata-se de um documento de grande importância para a cidade de São Paulo e para todo Brasil, representando um sinal da maturidade com que o setor empresarial passa tratar o tema aquecedor solar como parte fundamental de qualquer programa de sustentabilidade na cadeia da construção civil.
Os parâmetros desenvolvidos pelo grupo de trabalho composto por membros da ABRASIP, ABRAVA e ABRINSTAL permitirão aos profissionais envolvidos com projetos conceber edificações multifamiliares que recebam o aquecimento solar como tecnologia integrada avaliando as exigências previstas na lei e fornecendo parâmetros para elaboração de estudos técnicos de viabilidade da implantação da tecnologia.
Em 2003 a PROCEL - Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica criou o selo PROCEL EDIFICA.
Conforme o site da empresa, a atuação é de forma conjunta com o Ministérios de Minas e Energia, o Ministério das Cidades, as universidades, os centros de pesquisa e entidades das áreas governamental, tecnológica, econômica e de desenvolvimento, além do setor da construção civil.
O PROCEL promove o uso racional da energia elétrica em edificações desde sua fundação, sendo que, com a criação do PROCEL EDIFICA, as ações foram ampliadas e organizadas com o objetivo de incentivar a conservação e o uso eficiente dos recursos naturais (água, luz, ventilação etc.) nas edificações, reduzindo os desperdícios e os impactos sobre o meio ambiente.
O consumo de energia elétrica nas edificações corresponde a cerca de 45% do consumo faturado no país. Estima-se um potencial de redução deste consumo em 50% para novas edificações e de 30% para aquelas que promoverem reformas que contemplem os conceitos de eficiência energética em edificações.
Buscando o desenvolvimento e a difusão desses conceitos, o Procel Edifica vem trabalhando através de 6 vertentes de atuação: Capacitação, Tecnologia, Disseminação, Regulamentação, Habitação e Eficiência Energética e Planejamento.
A importância da sustentabilidade na construção civil
Tese de muitos doutores como o professor Jhon, Vanderley M. em meados de 2002 tinham como uma das principais preocupações da construção civil os resíduos sólidos, provenientes de demolições e descarte dos restos de materiais não utilizados durante a execução da obra (entulho). Material este que muitas vezes eram depositados em locais impróprios sem controle dos aterros ou simplesmente abandonados pelas ruas.
Hoje além deste foco a construção civil precisa atender muito mais as exigências da clientela imobiliária e as construtoras começam a direcionar o olhar da construção civil e arquitetura para alem de empreendimentos sofisticados a excelência em eficiência desde a concepção dos projetos, no canteiro de obras e na manutenção dos empreendimentos pós-entrega.
De acordo com Silva (2009) o sucesso empresarial será revertido para sociedade, mas algumas dificuldades devem trazer preocupação aos projetistas, aos fabricantes de materiais e à mão-de-obra técnica e gerencial. Em cidades com acelerada inserção de obras no meio urbano, o impacto negativo da construção pode ir além do custo do metro quadrado.
Algumas medidas podem ser tomadas pelos arquitetos e projetistas para a elaboração de um edifício visando a redução do impacto sobre o meio ambiente:
privilegiar tratamentos paisagísticos;
escolher materiais adaptados ao entorno e provenientes de locais próximos;
otimizar o sistema construtivo evitando super dimensionamentos;
implantar sistemas de gestão de resíduos durante a obra e procedimentos limpos;
favorecer o uso de luz natural;
buscar o equilíbrio entre iluminação e sistemas de ventilação naturais e artificiais;
prover o edifício de sistemas de geração de energia e consumo renovável;
economizar água potável;
reduzir as perdas no aproveitamento da água de chuva;
escolher equipamentos sanitários eficientes;
reduzir a área impermeável;
otimizar o saneamento das águas residuais;
garantir a gestão de águas pluviais no terreno;
implantar de técnicas de depuração de esgotos antes de ir para rede pública;
escolher materiais para tubulações hidráulicas que não contaminem a água;
proteger a rede de distribuição coletiva de água;
fazer um levantamento de usos dos futuros resíduos que serão produzidos pelo prédio;
prever locais específicos para cada tipo de resíduo, a coleta e reaproveitamento;
elaborar projetos de acordo como clima da região e o uso do edifício visando a redução do consumo energético por equipamentos de climatização;
analisar o comportamento acústico na definição da volumetria do edifício;
providenciar proteção acústica natural e artificial;
usar elementos de proteção solar;
prever meios de controle e regulação necessários à iluminação natural para evitar o superaquecimento;
utilizar materiais e produtos menos contaminantes;
escolher materiais normatizados;
pressupor a ergonomia no projeto;
incentivar o uso de transportes públicos e ciclovias;
observar a legislação vigente de acessibilidade e promover a integração de usuários portadores de deficiências.
Existem inúmeras medidas para criar um projeto que provoque o menor impacto ambiental. Porém essas medidas devem ser analisadas e aplicadas em todas as fases do ciclo de vida do edifício desde a programação, concepção, execução, ocupação, manutenção, reabilitação e eventual demolição.
Nas áreas do planejamento arquitetônico e urbanismo também devem ser tomadas algumas medidas para implantação de um programa de desenvolvimento sustentável, tais como:
pesquisar o emprego de novos materiais na construção;
reestruturar a distribuição de zonas residenciais e industriais;
reciclar materiais reaproveitáveis e
buscar fontes alternativas de energia.
A adoção da sustentabilidade pelas empresas do setor da construção servirá para que sejam atingidos alguns objetivos estratégicos mas, mais importante, para desenvolver a consciência das pessoas no ambiente de negócios.
o texto acima é parte da monografia apresentada como requisito parcial para a aprovação no curso de Pós Graduação em Engenharia Ambiental pela Universidade Nove de Julho.
Professor Orientador: Eliacy Cavalcanti Lélis
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